Voluntário da África ministra palestra para alunos do CEPEM

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Na terça-feira, 19, o missalense Jonas Kazmirczak ministrou uma palestra sobre trabalho voluntário para os alunos do Ensino Médio e do Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Padre Eduardo Micheles, CEPEM. Com o tema “Cagando somos todos iguais”, Jonas apresentou um pouco do trabalho que ele realizou como voluntário, no Malawi, África.


Na palestra, Jonas falou do instituto e dos desafios que o voluntário encontra pelo caminho. “Para levar o projeto dos EUA para a África, nós tínhamos uma meta: arrecadar 54 mil dólares, em 45 dias. Nós estávamos em nove pessoas e conseguimos”, explicou. Quando chegou à África, o projeto levou cerca de um mês para ser colocado em prática. Nesse período, Jonas trabalhou no hospital local, área que atuava em Itaipulândia, onde era farmacêutico.

Após a palestra, vários alunos deixaram os dados para contato, dispostos a receber mais informações sobre a ONG e o projeto de Jonas. “Eu fiquei admirada com a coragem dele em deixar tudo e ir para outro país, trabalhar como voluntário”, destacou Gabriela Rauber Glesse, a aluna da Formação de Docentes. “Não sei se eu faria isso, talvez sim. Mas ele foi muito corajoso por aceitar e encarar esse desafio”, comentou a aluna Ianka Zanella.

Jonas chegou ao Brasil na segunda-feira, 18. No mesmo dia, realizou uma palestra em São Miguel do Iguaçu. Na terça-feira, em Itaipulândia e Missal. Na quarta-feira, visitou as escolas e meios de comunicação de Cascavel. Na quinta-feira, Foz do Iguaçu e na sexta-feira, Matelândia e Itaipulândia.

Além das palestras informativas, Jonas foi indicado ao prêmio da JCI de Medianeira, que será entregue no sábado, 23, durante um jantar promovido pela Organização. “O nome do evento é TOYP, que é uma abreviação em inglês que quer dizer “Os Jovens Mais Destacados”. O Jonas será um dos homenageados e estará concorrendo ao troféu TOYP. Juntamente com o evento TOYP ocorrerá a posse da nova diretoria”, explicou uma das organizadoras, Neize Ruscheinsky.


Programa de Voluntariado


O trabalho de Jonas começou nos EUA, em uma ONG na cidade de Dowagiac, Michigan, chamada One World Center. Lá ele recebeu cursos preparatórios para realizar o trabalho na África. Dentre os temas apresentados estão assuntos relacionados à globalização, com o intuito de auxiliar na formação da opinião dos cursistas, para entender as causas da desigualdade social no mundo. Além disso, filosofias para garantir uma melhor qualidade de vida a todos e também mostrar na prática os principais vilões de aquecimento global e da pobreza.

Em paralelo aos seis meses de treinamento nos EUA, Jonas fez uma pós através da One World University, de Moçambique. “Nesse estudo você é graduado na luta contra a pobreza, aprende sistemas mundiais que funcionam e ajudam na luta e principalmente, os sistemas que não deram certo, para que você não repita o erro”, comenta.

Quem participa do curso pode escolher em qual programa irá trabalhar: Índia, China, Brasil, Sant Vicent e países da África. O instituto tem muitas extensões. A sede geral é na
Dinamarca, onde a ONG foi fundada, na década de 70. “A minha escolha foi: país Malawi e a área, o Clube Rural”, fala.

O programa de voluntariado é uma grande oportunidade para quem quer trabalhar. “Não é fácil, existem momentos difíceis, mas se você mantiver o foco e a atitude, pode mudar a vida de muita gente, gerar novos sonhos e diferentes futuros para quem nunca sonhou em ter um”, comenta.

Trabalho na África


Jonas escolheu o Clube Rural para atuar, pois queria viver dentro da comunidade e fazer parte do ciclo de realidade local. “Em Chikwawa atendíamos 5.250 mulheres que chamamos de fazendeiras. Trabalhávamos com mulheres porque elas cuidam melhor da família e zelam pela alimentação de todos”. Elas são divididas em grupos de cinquenta. Cada grupo recebe uma área, chamada demonstrativa, e as orientações necessárias para o cultivo de algodão, soja, milho e feijão. O trabalho é feito sem fertilizantes ou agrotóxicos, somente com sistema de compostagem que o trio de voluntários ensina a fazer.

“Após o período de aprendizagem, elas vendem o produto colhido e com o dinheiro compram sementes para plantar na sua própria área de terra, a qual todos possuem aqui, pois as terras são divididas por aldeias”, explica.

Quando as mulheres retornam para as terras, os voluntários acompanham e auxiliam no plantio e no gerenciamento da produção, gerando renda para família e a garantia do alimento para o ano todo. “Trabalhávamos com o sistema de jardim individual por mulher, onde elas têm a oportunidade de colher mais vegetais para incrementar na alimentação. Providenciamos poços de água, para o consumo e também para irrigação das áreas”, comentou.


Volta para casa


“Nunca pensei em desistir, mas já me peguei muitas vezes perguntando o que estaria fazendo se estivesse no Brasil. Olhando as fotos dos amigos, muitas vezes senti saudade do conforto da minha casa e da minha família”, diz o jovem.

O retorno de Jonas para o Brasil está marcado para fevereiro de 2014. O próximo passo é continuar os trabalhos aqui na região. “Quero atuar nos nossos vizinhos em Itaipulândia, Missal e demais cidades da região oeste do Paraná. É como diz o ditado: dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar, e você o estará alimentando pelo resto da vida”, finalizou.


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