Lindoeste - Um em cada 8,5 habitantes da região depende do Bolsa Família para sobreviver. O benefício concedido pelo governo federal chega a quase 47 mil famílias e beneficia diretamente 148,4 mil pessoas, ou seja: 11% da população regional. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e dizem respeito ao pagamento feito em fevereiro.
Somente neste mês, quase R$ 4,7 milhões, média de R$ 100 por benefício, circulam na economia regional vindos do benefício. A contabilidade é do Portal da Transparência. Mesmo considerada uma das regiões mais ricas do Paraná, as famílias carentes de 50 municípios do Oeste apontam para uma vulnerabilidade econômica e social entre cidades com riqueza e distribuição de renda e outras bastante dependentes.
Se considerar as filas de espera nos cadastros únicos municipais, o número de habitantes que se encaixariam nos requisitos para a ajuda subiria em mais 20 mil pessoas. Entre os municípios onde mais pessoas dependem do benefício para viver, estão Lindoeste (26%), Ramilândia e São Pedro do Iguaçu, ambos com 22%.
Em Lindoeste, a coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social, Eluá Carmem Sachser Haupt, reforça que a cidade de fato tem um número bastante elevado de pessoas que vivem em situação de pobreza, risco ou vulnerabilidade social.
Além das quase 500 famílias que recebem o Bolsa Família, o pequeno município de cinco mil habitantes tem uma fila de espera de pelo menos outras 600. Metade delas se encaixa perfeitamente nos requisitos exigidos.
A necessidade é explicada por uma economia debilitada. Em Lindoeste não há grandes indústrias, o maior empregador é o poder público. Além disso, a rotatividade de pessoas é bastante grande uma vez que lá existem quatro assentamentos e dois acampamentos de sem-terra. “Aqui chega e sai gente toda hora e a maioria vive em péssima situação econômica”, explica Eluá.
Entre os menos dependentes
Maripá - Do outro lado, entre os menos dependentes, estão Maripá com menos de 3% da população beneficiada, Quatro Pontes com 4% e Entre Rios do Oeste com 6,5%.
Para a coordenadora Cras e do Bolsa Família no município de Maripá, Cila Angela Zandonai Gomes, a explicação não é científica, mas não é difícil de ser interpretada em um município com menos de seis mil habitantes e onde apenas 53 famílias precisam do Bolsa Família. O baixo índice de desemprego e a renda per capita que extrapola os níveis exigidos pelo governo são alguns desses aspectos. Para ser beneficiado pelo Bolsa Família existem dois padrões de renda exigidos. Um deles é o per capita de até R$ 70, considerado de alto índice de pobreza, e de per capita de até R$ 140 para o recebimento das variáveis.
Como funciona
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda destinado às famílias em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 140 mensais, que associa a transferência do benefício financeiro aos direitos sociais básicos - saúde, alimentação, educação e assistência social.
O Paraná
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