A web rádio é um projeto novo em Missal. Ele foi idealizado pelo Pastor Ruy Batista, com ajuda de Fernandes. Além de mostrar o trabalho da Igreja, com orações e pregações, a programação da rádio conta com programa de esporte, entrevistas, culinária e muita música.
Carreira
Natural de Chapecó – SC e filho de gaúchos, Nelson lembra com carinho da infância. “Naquela época, não tínhamos TV e meu pai ouvia muito rádio, principalmente a rádio Nacional. E eu sempre estava junto com ele. Meu gosto pela música gaúcha vem dos meus pais”, comenta.
Destaque como líder estudantil, foi entrevistado muitas vezes nas rádios de Medianeira. Com isso, tomou gosto pelo trabalho em rádio. Quando a Rádio Grande Lago, de Santa Helena, abriu uma sucursal ao lado do escritório, em Missal, o sonho de Nelson se concretizou. “Quando os trabalhos na sucursal começaram, fui aos poucos acompanhando. Jogava bola com os meninos que trabalhavam lá e aos poucos, de uma brincadeira, comecei a trabalhar. Fiquei lá durante vinte anos com o programa Gaitaço”, lembra emocionado. Outra marca de Nelson durante o Gaitaço, além da paixão pela música gaúcha, era o seu time do coração: Internacional de Porto Alegre. Ficou conhecido como “o colorado da Grande Lago”.Ao longo dos vinte anos de carreira, vários momentos marcaram a vida do locutor. “A primeira pessoa que entrevistei foi Luiz Aguiar, durante o Regionalito. Meu colega entregou o gravador e disse que só precisava apertar o botão para gravar. Comecei a entrevista e quando fui devolver o gravador, me avisaram: volta e grava de novo. Não havia gravado nada. Ri muito da situação. Era a primeira vez que entrevistava alguém”, lembra.
Ainda nas entrevistas, Fernandes entrevistou várias autoridades municipais, estaduais e nacionais. “Uma das entrevistas que me marcou foi com o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso”, comenta. Além do Presidente, Roberto Requião e Jaime Lerner estão na lista de entrevistados.
As dificuldades também surgiram na vida do locutor. “Uma vez foi fazer a cobertura de um acidente no trevo de Itaipulândia e uma das vítimas era uma criança. Eu deveria fazer um flash ao vivo mas não consegui ligar o celular de tão chocado que fiquei”, lamenta.
O “Gaitaço”, que ia ar todos os domingos, marcou a sua carreira. Milhares de cartas chegaram até o programa. “Poucas pessoas tinham acesso ao telefone. A opção da maioria era as cartinhas, entregues na sucursal. Algumas vinham com versos, corações, marcas de batom e até perfume. Eu as lia durante o programa. Era muito bom”, comenta emocionado. Para comemorar o sucesso do programa, Fernandes realizou 18 edições do Baile do Gaitaço, trazendo os maiores nomes da música nativista.
“O rádio é como um filho pra mim. Ainda quero voltar para uma rádio FM, comercial, com programa gospel. Eu me realizo ouvindo música gospel gaúcha”, diz. A magia do rádio está em trabalhar com a imaginação das pessoas. “O radialista é o verdadeiro artista. O locutor de futebol, por exemplo, precisa vender a imagem do lance. Rádio é a minha vida”, anuncia Nelson.
Daiane Staub
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