Em menos de dois meses foram mais de 20% de reajuste, o que a fez ser cotada no dia de ontem a R$ 50,50. Isso significa um estímulo de venda aos 30% dos grãos da última safra ainda estocados no Oeste, ou seja, cerca de 610 mil toneladas.
Se as mais de um milhão de sacas fossem vendidas neste momento, isso representaria um volume financeiro próximo aos R$ 520 milhões. “Entendo que seja um dos melhores períodos para a comercialização porque certamente os preços não subirão muito mais do que isso”, alerta o técnico do Departamento de Economia Rural da Seab, João Luiz Nogueira, e especialista em Agronegócio.
Esse ingresso financeiro representaria a amenização em 20% das perdas provocadas pela estiagem em toda a região, com ganhos reais de R$ 100 milhões. “Se considerar a cotação antiga de R$ 42 a saca, a venda do estoque renderia R$ 420 milhões - agora seriam quase R$ 520 milhões”, explica.
Somente em 20 municípios da região de Toledo estavam nos estoques até o dia de ontem 220 mil toneladas do cereal. “Esse valor representa cerca de 30% da nossa produção microrregional. São produtores mais capitalizados que seguraram esperando uma reação do mercado e ela veio”, considera João. “Estamos com uma alta liquidez e quem quer vender vai encontrar compradores”.
Falta de chuva põe em risco lavouras em 50% dos municípios
Se a previsão do tempo não se confirmar e não tiver chuvas nos próximos três ou quatro dias, 100% das lavouras de milho safrinha e de feijão em mais da metade da região ficam comprometidas com perdas irreversíveis.
Esse é um reflexo da escassez de água que provoca a má formação dos grãos. O ideal para o bom desempenho seria ao menos 20 milímetros de chuvas a cada dez dias. “E não é isso que tem ocorrido”, lamenta o técnico do Departamento de Economia Rural, Jovelino José Pértile.
O técnico conta que a situação é a mesma em 28 municípios. Por outro lado, no núcleo de Toledo um dos mais afetados pela estiagem, a situação ainda não é tão crítica. Segundo o técnico do Deral, João Luiz Nogueira, a situação por lá é menos preocupante. Mesmo assim, não chove regularmente há mais de duas semanas e as perdas serão inevitáveis caso permaneça assim por mais 15 dias. Segundo o Simepar, podem ocorrer pancadas no Oeste de hoje a domingo. O plantio do trigo deve encerrar em maio com uma das menores áreas já cultivadas.
Ailton Santos |
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Cálculo estimado revela que ainda estão nos estoques regionais mais de um milhão de sacas do cereal: preço anima setor primário |
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