Variação de preço custa meio tanque de gasolina

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A falta de um planejamento estratégico do setor de combustível ilustra um futuro nada animador para o brasileiro. Nesse campo de batalha, a corda acaba estourando sempre do lado mais fraco: o do consumidor. Enquanto a Agência Nacional do Petróleo comemora um novo recorde na produção de petróleo em janeiro, com 2,231 milhões de barris/dia, o consumidor precisa conviver com sucessivos aumentos nos preços da gasolina, do etanol e do diesel.
De acordo com o vice-presidente regional do Sindicombustíveis-PR, Roberto Pellizzetti, a variação verificada na região é considerada normal. Ele cita que em anos anteriores, essa diferença já foi bem maior. Grande parte do produto é comercializada atualmente pela Repar, localizada em Araucária. Há também a Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro e outra distribuidora de porte menor com atuação no mercado paranaense.
Hoje, o custo médio da gasolina na região Oeste é de R$ 2,793. O valor é extraído de levantamento obtido no site da Agência Nacional de Petróleo, no período de 25 a 31 de março deste ano.  Hoje, a diferença por litro é de R$ 0,12 centavos na região. “Já chegou a ser de R$ 0,20”, recorda Pellizzetti.
A diferença de preços de postos da cidade com os de beira de estrada tem uma explicação simples, conforme Pellizzetti. “Na estrada, os postos acabam comercializando um volume infinitamente maior de óleo diesel em comparação com os postos do meio urbano e dessa forma, conseguem garantir preços menores no litro da gasolina”, exemplifica. “Já na cidade, para obterem retorno, os postos dependem única e exclusivamente das vendas de gasolina e etanol”. Os postos de beira de estrada trabalham com uma pequena margem de retorno, na casa dos R$ 0,15. Já na cidade, essa margem precisa ser de R$ 0,35 no mínimo.
Os prognósticos para o preço da gasolina não são otimistas. Tudo indica que um novo aumento deverá ocorrer nos próximos dias. Conforme informações, a Petrobras já considera atuais valores defasados e destoantes do mercado.
“Etanol levará dois anos para ser competitivo” 
O etanol segue a mesma tendência da gasolina no momento. Nos próximos dias, deverá sofrer uma pequena redução. Em um mês, começa a safra de cana-de-açúcar. De acordo com Pellizzetti, a queda deverá ser ínfima, ainda com o preço próximo dos R$ 2. “Não há etanol suficiente no mercado e a situação é tão crítica que o Brasil inclusive adotou uma política de importação do produto por falta de estratégia de mercado, fazendo com que o preço se mantenha nos atuais patamares”. O valor é consequência da queda na produtividade e do aumento da demanda. “Nos próximos dois anos, o etanol dificilmente será competitivo no mercado”, vaticina Pellizzetti. 

Inflação afasta brasileiro dos postos da Argentina 

Acuados pela exorbitância dos preços de combustível no Brasil, motoristas brasileiros da fronteira em Foz do Iguaçu tinham como hábito atravessar a Ponte Tancredo Neves, na fronteira entre Brasil e Argentina, em direção aos postos de combustível de Porto Iguaçu. Agora, a situação não é das mais favoráveis para esse tipo de prática. Entretanto, alguns brasileiros aproveitam as compras no país vizinho e já abastecem, uma vez que a diferença é de R$ 0,10 por litro. A gasolina vendida na Argentina é 100% pura, sem adição de álcool.
Diferente da realidade verificada em outras ocasiões, não há filas para abastecer. Conforme os proprietários dos postos argentinos, as vendas caíram 80% e até o fim do ano o preço dos combustíveis terá uma majoração de 25%.
Vandré Dubiela - O Paraná

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