Em Capanema, moradores intensificam defesa da estrada-parque

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cerca de 400 pessoas participaram na tarde de sexta-feira (25) da audiência pública realizada na Casa da Cultura de Capanema, no Sudoeste do Paraná. O objetivo era debater o projeto de Lei do deputado federal Assis do Couto  (PT) criando a Estrada-Parque “Caminho do Colono”. 

O trecho, que tem 17,5 quilômetros e corta o Parque Nacional do Iguaçu, se encontra sob interdição judicial desde 1986. “A casa cheia mostra a importância deste tema para as populações do Oeste e Sudoeste do Paraná”, afirmou o deputado federal Eduardo Sciarra (PSD), presidente da Comissão Especial criada pela Câmara para aprofundar os debates em torno do assunto. 

Além de Couto e Sciarra, estiveram presentes os deputados federais Moacir Micheletto, Alfredo Kaefer, Dilceu Sperafico e Nelson Padovani, relator da Comissão. A Assembleia Legislativa do Paraná estava representada pelos deputados estaduais Nelson Luersen, de Planalto, e Luciana Rafagnin, de Francisco Beltrão. 

O traçado da antiga “Estrada do Colono” existe desde séculos atrás, com relatos de passagens de personagens como o espanhol “Cabeza de Vaca”, descobridor das Cataratas do Iguaçu, e posteriormente de indígenas. No início do século XX serviu de passagem para a famosa Coluna Prestes e depois foi largamente utilizada, durante décadas, pelos colonizadores de ambas as regiões paranaenses. Acabou fechada no final dos anos 1990 por ação do Ministério Público e sob pressão de ambientalistas e Organizações Não Governamentais. 

DIREITO 

“É muito fácil defender o meio-ambiente em salas refrigeradas, com apoio da grande mídia e distante da realidade regional”, observou o juiz de  Direito da Comarca de Capanema, Márcio Geron. Para ele, “defender a estrada-parque é defender aquilo que é garantido por Deus aos homens e também pela nossa Constituição Federal”. 

O magistrado lembrou que “buscar a felicidade, o conforto e a vida são direitos legítimos do povo, que neste caso, através de seus representantes, age de forma pacífica em uma questão que deve ser tratada com diálogo, no campo político”. Dirigindo-se aos deputados federais presentes , o juiz afirmou que “os senhores estão recuperando uma ligação histórica rompida por um ato de violência da grande mídia e dos ambientalistas”. 

SOCIEDADE ORGANIZADA 

Durante a audiência, falaram representantes de mais de uma centena de entidades organizadas do Sudoeste, todos a favor da reabertura do trecho como forma de preservar o meio ambiente e promover a interação da população do entorno com o Parque Nacional. “Trata-se de lutar pelo nosso direito constitucional de ir e vir, que não pode ser negado por meia dúzia de burocratas do Rio, São Paulo ou Brasília” afirmou o deputado Moacir Micheletto, acentuando que “na Argentina, por exemplo, o mesmo Parque é aberto à população”. 

O autor do projeto de lei, deputado Assis do Couto, reforçou que “todo este esforço parlamentar significa uma luta para pagar a dívida que o Estado brasileiro tem com as populações do Oeste e Sudoeste do Paraná”. 

Segundo ele, “o que se propõe é utilizar o traçado original de uma estrada que existia muito antes do Parque ser criado, adotando todos os cuidados ambientais possíveis”. 
De: Assessoria

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