Dona Valentina: um exemplo de superação

sexta-feira, 9 de março de 2012

           Hoje, 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida como uma homenagem às mulheres que morreram queimadas em uma fábrica dos EUA. O ato foi uma resposta da luta por direitos iguais entre homens e mulheres.

            Para comemorar esse dia, várias mobilizações são feitas. Algumas são de conscientização, dos cuidados com a mulher. Outros eventos são voltados para a descontração.
            Em Missal, o Conselho da Mulher Empresária realizou, no último sábado, um encontro para mulheres. Durante o evento, as conselheiras chamaram a atenção das mulheres para vários assuntos, principalmente a violência contra mulher. Alguns projetos foram cobrados, como a Clínica da Mulher e o aumento da licença maternidade.
           
Uma história emocionante

            Uma convidada especial chamou a atenção de todas as mulheres presentes. Dona Valentina Mognan, de 56 anos, que reside em São Miguel do Iguaçu.
            Valentina, hoje em cadeira de rodas, contou um pouco da sua vida. Casou-se com 25 anos. Uma noite, começou a sentir dores nas pernas. As dores aumentaram até que veio o resultado. Estava com 37 anos quando sofreu paralisia. E como se não bastasse, fraturou várias vezes o fêmur, nas duas pernas. “Eu não sinto dor, não sinto minhas pernas”, comentou.
            E mesmo com todos esses problemas, Dona Valentina não desiste diante das dificuldades. “Esse é o meu recado pra todas vocês. Eu faço os serviços de casa, adoro cozinhar, vou ao mercado e ao banco, ajudo minha família. Às vezes, bate o desanimo. Mas diante disso eu penso: poxa, Jesus sofreu muito, mas por nós. O meu sofrimento é muito pequeno comparado a isso. E só eu posso viver essa situação. Ninguém faz por mim. Nunca desistam ou se sintam inferiores. Precisamos ser fortes e lutar”, falou emocionada.
            Hoje, ela mora com a filha e recebe ajuda de toda família. Valentina aceitou a sua situação atual e, a cada dia que passa, tenta adaptar a sua rotina a cadeira de rodas. Seu trabalho é voltado para ajudar pessoas que estão em situações iguais ou parecidas a dela. “Sempre que posso faço visita às pessoas idosas, que tem medo de sair de casa por causa de alguma doença”, afirmou.
            Para as mulheres que participaram, Dona Valentina é um exemplo de superação. Algumas se emocionaram com a história, outras ficaram admiradas com sua força de vontade. Ela deixou seu recado: “Coloque nas mãos de Deus. Pé no chão sempre. Calma. E agradecer a Deus pela vida que lhe foi concedida”, finalizou. 



História do 8 de março

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data 

Ao ser criado esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras 

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Marcos das Conquistas das Mulheres na História 

- 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
- 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
- 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
- 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
- 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
- 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
- 1869 - É criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
- 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
- 1874 - Ciada no Japão a primeira escola normal para moças
- 1878 - Criada na Rússia uma Universidade Feminina
- 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

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