1ª Ciclotusrimo Internacional Volta ao Parque Nacional do Iguaçu

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Clube de ciclismo de Medianeira Pedal Verde Brasil, promoveu no último feriadão de Carnaval o 1ª Cicloturimo Internacional Volta ao Parque Nacional do Iguaçu. Ao todo foram percorridas mais de 15 cidades ao entorno do parque, incluindo municípios argentinos. Em média, o grupo composto por sete pessoas percorreu em cinco dias em torno de 450 km, totalizando aproximadamente 30h de pedal intenso, com elevações de terreno que chegaram a 750m até 110m a nível do mar.

Ponte internacional Tancredo Neves
Trecho 
As bagagens foram carregadas nas bicicletas
Primeiro dia
O grupo saiu na manhã de sexta-feira (17), de fevereiro as 06h, seguindo em direção a Linha São Carlos (interior de Medianeira), passando pelo distrito de Aurora do Iguaçu até a Linha Indianópolis (em São Miguel do Iguaçu), chegando ao grandioso Parque Nacional do Iguaçu.


Margeando a mata na antiga Estrada Velha de Guarapuava, a turma seguiu passando por Santa Terezinha de Itaipu, até a chegada na cabeceira da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. 

Com o sol escaldante e a proximidade no horário do almoço, a trip continuou pela avenida das Cataratas até avenida Mercosul onde seguiram pela aduana que faz fronteira com Argentina, com destino final no primeiro dia em Porto Iguaçu.

A chegada no primeiro ponto foi comemorada pela turma com um delicioso almoço típico "hermano" a parrilhada, brindada com uma cerveja bem gelada.

Para dormir o grupo optou em hospedar-se no Hostel El Uru. Um aconchegante local com piscina, ar condicionado e beliches onde foram recebidos pelo proprietário Juan.
Descansados e relaxados após o dia de pedal, na noite a turma conheceu a bonita cidade Argentina com seus diversos bares e restaurantes.

Porto Lupion - Capanema
Segundo dia
Chegada na fronteira da Argentina com Brasil, próximo a Capanema
Os ciclistas partiram logo que o dia começou a clarear saindo de Porto Iguaçu pela rodovia AR 101, com destino as Cataratas do Iguaçu. Mas esta visita que aparentemente seria normal, teve uma surpresa que emocionou a turma com um caminho inusitado.

Após passar a entrada normal das Cataratas, a turma continuou a rodovia até chegar em um trevo onde possuía um agrupamento Guarda Parque. Em contato com os guardas florestais, eles indicaram uma trilha em meio a mata que chegaria aos fundos do complexo das cataratas, mais precisamente na Garganta do Diabo. Uma surpresa que agradou a todos com a beleza do local. Mas ainda tinha uma boa quilometragem a frente, e o grupo após o passeio seguiu viagem.

O percurso em meio a mata atlântica em uma estrada de chão possuía mais 35km até a próxima cidade, foi quando começou as primeiras dificuldades. O clima abafado, poeira intensa mais o sol que "fritava" a cabeça dos ciclistas exigia algumas paradas para banhar-se em alguns rios com águas límpidas no intuito de refrescar o corpo. Neste momento, mesmo com toda programação, o estoque de água começou a acabar e quem possuía o líquido precioso compartilhava com os colegas, porém era possível tomar chimarrão de quente que estava a água. 

Na saída da mata do Parque Nacional do Iguaçu, a alegria era imensa em ver as primeiras casas. Não que o passeio estava ruim, mas já era em torno de 15h, todos exaustos e famintos. Foi então que avistamos um verdadeiro "oásis". Um rústico boteco de madeira na cidade de Cabureí onde havia uma cerveja bem gelada. Fomos acolhidos por um casal argentino que mesmo não tendo refeição, nos serviu algumas cervejas geladas com salame e pão, (neste momento a melhor comida e bebida do mundo). 

Descansamos ali por uma hora embaixo de uma sombra, onde conhecemos um personagem típico argentino que batizamos de Canídia pelo estilo cabeludo com uma faixa na cabeça, que contou sobre a região e onde poderíamos passar para conhecer.

Ainda faltava 20km para a nossa parada final na cidade de Andrecito, onde percorremos estradas com plantações de erva mate. 

O grupo hospedou-se então nesta cidade nos chalés Los Robles. Um aconchegante local em estilo europeu onde a turma pode descansar para recarregar as baterias.

Fomos muito bem recebidos por uma das proprietárias a Ângela, que mesmo não possuindo cama para todos, descolou colchões para acomodação do grupo.

Hospedagem em Andrecito - Argentina
Terceiro dia
Toda galera reunida na Garganta do Diabo
Logo ao dia clarear após um farto café da manhã, a turma saiu de Andrecito em um trecho de 15km até a fronteira com o Brasil em Capanema. Fomos até Porto Lupion, antigo local onde desembarcava a balsa da então aberta e polemica Estrada do Colono. Uma paisagem do rio Iguaçu que deixava qualquer um de boca aberta pela tamanha beleza, mas o dia ainda estava começando, tínhamos muitos quilômetros pela frente até Capitão Leônidas Marques.
Pedalamos e pedalamos, quando achava que estava chegando, tinha mais pedal. 

Era domingo, já passava das 14h e não encontrávamos estabelecimentos abertos para almoçar e comprar água. Contávamos sempre com a hospitalidade das pessoas em fornecer água.

Então encontramos um restaurante daqueles que são parada de ônibus, pensamos estamos salvos. Que nada, estava fechado. Falamos com o proprietário nos fundos, ele nos informou que mais 15km a frente em direção a Realeza possuía um restaurante que estaria aberto.
Saímos então famintos e exaustos por mais um percurso, onde que tivemos que fazer um percurso oposto de nossa rota para encontrar o restaurante e com a dúvida na cabeça se estaria aberto ou se compensaria nós seguir em frente. 

Quando chegamos ao local o tempo começou a fica nublado, já era passado das 15h, o estomago estava "colado" de fome, e mais uma surpresa, só que desta vez boa. A Churrascaria Nandin estava aberta, possuía um local para banho, nós estávamos além de tudo "marrom" de poeira. Após um banho, com roupas limpas fomos servidos em um local climatizado um espeto corrido, onde muitos colegas escondiam-se atrás do prato.

Após a refeição com aquela preguiça e o tempo chuvoso, nos jogamos nos bancos para uma pausa de uma hora de descanso. Infelizmente um de nossos colegas por motivos particulares teve que abortar o passeio e solicitou resgate para seus familiares.

Em meio ao clima nublado com pequenos chuviscos seguimos pela rodovia PR 182, onde o movimento era intenso de veículos o que necessitava atenção redobrada pelo risco eminente. Atravessamos a ponte sobre o Rio Iguaçu e rumamos por mais 10km até um hotel em Capitão Leônidas Marques. Na chegada, pra ser mais preciso em frente, percebi algo estranho com a "magrela", o quadro havia quebrado uma parte. Logo pensei, acabou minha viagem, pois para arrumar teria que realizar uma solda em alumínio.

Por muita sorte em ter quebrado em frente ao hotel e no dia seguinte ser segunda-feira, encontramos com o Paulo que se prontificou na segunda cedo em solucionar o problema.
Com a cabeça mais tranqüila na certeza que não abortaria o passeio, teríamos que comemorar mais esta etapa vencida.

Comemos uma, uma não, três deliciosas pizzas na janta para poder então dormir tranquilo no hotel para começar a segunda a todo gás.

Cataratas do Iguaçu - Argentina
Quarto dia
Estrada dentro do Parque Nacional do Iguaçu
Com o dia começando, logo após o café da manhã levamos a magrela para soldar e iniciar o passeio que prometia. 
Do centro de Capitão Leônidas Marques, rumamos pelo interior novamente a companhia esplendorosa do Parque Nacional, estávamos com saudades pois nos afastamos desde Capanema.

O caminho ao campo logo cedo possuía já fortes subidas, o que exigia paciência e superação para vencer os obstáculos. Nossa primeira parada foi aos 15km em uma propriedade particular, na Vila Goes. Neste local, após atravessar uma cerca e seguir por uma pastagem encontramos uma cachoeira deslumbrante, uma das mais bonitas visões do passeio.

As quedas de aproximadamente 10m, proporcionaram um banho relaxante emocionado o grupo. Após ficarmos por mais de uma hora no local seguimos viagem, subindo e descendo morros que variavam de altitude a nível do mar  com 700 à 200m, exigindo cada vez mais o preparo físico da galera.

O sol castigava, suor cobria o corpo, a água era consumida exageradamente para aliviar o desgaste. O grupo seguiu até Lindoeste, onde não encontrávamos local para almoço até achar um posto de combustíveis onde fomos contemplados com um PF (prato feito) composto por feijão e arroz, carne e um zoiudo (ovo). Após a refeição e ter descansado em uma sombra seguimos pela PR 182 por mais 10km de asfalto.

Então pegamos um novo trecho a encontro ao parque por estrada de chão no intuito ir até Santa Tereza do Oeste.

As subidas neste percurso eram cada vez mais exigentes pois alem de nós estarmos cansados elas ficavam cada vez mais inclinadas e com pedras soltas. Foi então que nos deparamos com um dos maiores morros do passeio. Uma subida que quando chegava na curva e parecia que tinha acabado tinha mais uma trecho, e isso se repetiu por umas quatro vezes neste morro.

Mas a recompensa para tamanho esforço era um belo visual de por do sol lá de cima do Parque Nacional do Iguaçu. Até chegarmos no hotel em Santa Tereza a noite, completamos apenas 75km. Foi considerado o percurso mais difícil do passeio. Dormimos e jantamos em um hotel na beira da rodovia BR-277.

Figuraça que conhecemos em Cabureí, o Canídia
Quinto e último dia
Parada para descanso em Céu Azul
Saímos de Santa Tereza às 07h30 pela BR-277 até Céu Azul. Dois dos seis integrantes do grupo seguiram até Medianeira pela rodovia e os outros optaram em continuar margeando o parque pela Estrada Velha de Guarapuava próximo a PRF de Céu Azul.

O trecho de estrada de chão já era conhecido da turma de outros passeios. E tome mais estrada até a chegada em Serranópolis do Iguaçu. Até a chegada na antiga Estrada do Colono, já estávamos com quase 90km de percurso e mesmo faltando mais 25km, a sensação era que já estávamos no quintal de casa.

Para dificultar ainda mais a volta para o lar, estava chegando um temporal com ventos fortes o que dificultava mesmo na descida o percurso.

Quando entramos no município de Medianeira, mais precisamente no bairro Nazaré a emoção era grande em saber que conseguimos, era possível, tínhamos condições físicas e psicológicas em suportar tamanho esforço.

PF para aguentar a o trecho
Balanço
Cachoeira da Vila Goes em Lindoeste, na beira do parque
Por mais que pareça uma aventura, viagem, passeio, enfim, para mim é uma realização de acreditar que além da região oeste e sudoeste do Paraná possuir uma das mais ricas belezas naturais e culturais do estado, é saber que o Parque Nacional do Iguaçu que muitos acham que é um local imenso é relativamente pequeno pela sua importância, sendo possível contorná-lo de bicicleta.

Capitão Leônidas Marques
Participaram desta aventura 
Lembrança de Andrecito
Adriano dias da Silva (Negri)
Fernando Arnoni 
Jeferson Zummach (Black)
Luciano Menegazo (Nabor) 
Renato Begnini (Magrão)
Silvio Guerini
Thiago Reginato
Rústico boteco de madeira na cidade de Cabureí onde havia uma cerveja bem gelada
Destaque
Descanso em Cabureí
- Dentre os participantes deste passeio é imprescindível destacar o companheirismo dos integrantes nos momentos difíceis e agradáveis. 
- A hospitalidade das pessoas que prontamente sempre nos auxiliaram no fornecimento de informações e mantimentos. 
- Os dias que planejamos sem conhecer o terreno para o sucesso do grupo.
- Aos amigos e familiares que auxiliaram de uma forma ou outra para que não desistíssemos do projeto.
- De presenciar a garra e determinação do Magrão por ser o mais velho do grupo aos seus 50 anos ter aguentado firme e forte, de igual para igual em TODO O PERCURSO.
- Para finalizar, de acreditar nas pessoas. Que mesmo com toda ganância que cega muitos com dinheiro, bens, posse, status, egocentrismo, saber que ainda existem valores nas pessoas, que se importam uma com as outras, de saber que são preocupadas e zelosas no meio onde vivem, respeitando o próximo como também a forma maior que é a NATUREZA. 
Conserto da magrela que quebrou o quadro    
De: Redação Portal Medianeira
Por: Thiago Reginato 

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