Criminalidade muda hábitos na região Oeste

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Apesar dos investimentos feitos pelo governo estadual ao anunciar a contratação de mais policiais militares e civis em todo o Paraná, o clima ainda é de insegurança entre os 50 municípios da região Oeste. 



Dormir com as janelas abertas ou deixar os vidros do carro abaixados enquanto vai ao banco já não fazem mais parte do comportamento da população há muito tempo. O que antes era comum apenas nas grandes cidades passou a tirar o sono também de moradores de centros menores. A mudança de comportamento foi inevitável.
Em Marechal Cândido Rondon, o presidente do Conselho de Segurança, Dante Tonezer, confirma a mudança de hábitos da população. “Hoje, a maioria das casas conta com muros altos e cercas elétricas”, atesta. “Ninguém mais quer correr riscos diante do crescente índice de violência que assusta os moradores”.
De acordo com Tonezer, o sossego definitivamente acabou. “Dormir com as portas e janelas abertas já não faz mais parte do cotidiano das pessoas”.
A violência também tem provocado alterações no dia a dia dos agricultores. No campo, os cuidados são os mesmos e até maiores, em função da proximidade com o lago de Itaipu e a ausência de uma fiscalização mais efetiva, na opinião do presidente do Conselho de Segurança.
Aproveitando o assunto, Tonezer chama a atenção das autoridades diante da incógnita sobre a jurisdição da segurança no lago de Itaipu. “Convivemos com um ponto de interrogação e ainda não sabemos se a segurança no lago é uma atribuição da Marinha, do Exército ou do governo estadual”, questiona. No ano passado, o Conselho de Segurança de Rondon enviou ofício para a Presidência da República informando sobre a dúvida e continua aguardando a resposta.

Viatura faz diligência on-line 

Os empresários também sentem os reflexos da violência e se protegem como podem contra os criminosos. Uma das soluções caseiras encontradas em Rondon de maneira pioneira no Paraná acaba de ser lançada. Por intermédio de parceria entre a Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon e a Polícia Militar, uma viatura passou a dispor de um recurso eficiente no combate às infrações de trânsito e criminalidade. Com um investimento aproximado de R$ 2 mil dos empresários, a viatura passou a contar com netbook e acesso à internet móvel. Com ela, a polícia consegue em segundos saber todas as características do veículo enquanto faz a diligência.
Para o presidente da Acimacar, Luciano Cremonese, o tempo de consulta caiu de forma significativa. Antes, o policial passava as informações para a central por rádio, correndo o risco de não ter ninguém disponível naquele momento para averiguar as informações ou até mesmo perda de mensagem por falha de transmissão. Os testes foram iniciados há 40 dias. Diante dos resultados alcançados, a Acimacar estuda a possibilidade de estender o recurso para mais viaturas. A configuração de todo o sistema foi feita por um policial da PM, gerando redução de custos.

Tecnologia ajuda no combate ao crime 

O uso de tecnologias para combater o crime é uma deficiência no setor de segurança apontada pelo presidente da Acimacar, Luciano Cremonese. “Faltam equipamentos, viaturas, armas e principalmente um aporte tecnológico”. Segundo ele, as cidades precisam ser equipadas com câmeras de monitoramento por meio de recursos viabilizados entre o município e os governos estaduais e federais. “É preciso investir pesado em tecnologia, com o pessoal treinado e qualificado para manusear essas ferramentas”.
Para Cremonese, a mudança de comportamento é notória em Rondon. “As pessoas se recolhem mais cedo e os pais passaram a levar e buscar os filhos nas festas”. Segundo ele, as empresas de varejo investem mais em sistema de monitoramento e alarme. “São novos custos que antes as empresas nem pensavam em desembolsar”.
O Paraná 

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