Fundão: município terá que pagar mais de R$ 1,3 milhão ao INSS

quarta-feira, 30 de maio de 2012


Fundo foi criado em 1991 e extinto em 1999.
De mais de R$ 1,7 milhão que havia, sobraram R$ 42 mil,
sendo que o restante foi gasto pelo município até 2008.
Agora, até 30 de abril de 2013, município terá que pagar em torno de
R$ 1,3 milhão (estimativa) ao INSS.
Prefeito Ferrari deu a notícia ontem, na Câmara de Vereadores.

A administração municipal de Missal recebeu, na semana passada, uma cobrança que deverá refletir diretamente na população missalense: o município terá que pagar ao INSS em torno de R$ 1,3 milhão (estimativa) até 30 de abril de 2013, valor que terá que ‘sair de algum lugar’, ou seja, da economia realizada com cortes nos setores da administração, como de melhorias, serviços e obras que seriam feitos em favor dos munícipes.
A apresentação da situação criada anteriormente foi apresentada aos vereadores pelo prefeito Adilto Luis Ferrari, na sessão de segunda-feira (28) a tarde, bem como o que o município terá que fazer para pagar a dívida com o INSS.
“Estamos aqui para expor, tornar pública essa questão, pois na verdade, nós também fomos pegos de surpresa. Agora, esperamos contar com o apoio de vocês, porque teremos que realizar cortes em alguns setores para efetuar o pagamento”, afirmou Ferrari aos vereadores.

Criação
O Fundo Municipal de Previdência do Município de Missal (conhecido como Fundão), foi instituído pela Lei nº 025/91, de 4 de setembro de 1991, pelo então prefeito Laci Deonisio Giehl.
O Fundão, conforme a lei, teria por fim assegurar a seus beneficiários os meios indispensáveis de manutenção, sendo que a partir da lei, os servidores deixaram de contribuir com o INSS e passaram a ser segurados da Previdência Municipal, com desconto de 5% do salário - o desconto de INSS é de 8%, 9% ou 11%, conforme o salário recebido pelo segurado. Além de Missal muitos municípios brasileiros criaram o Fundão.

Extinção
Através da Lei nº 003/99, de 22 de abril de 1999, assinada pelo então prefeito Laci Deonísio Giehl, foi extinto o Fundo Municipal de Previdência Social.
A extinção foi ‘forçada’ devido a lei federal que, em suma, exigia que os fundos municipais de previdência social, tivessem um mínimo de 1.000 segurados.

Os recursos
Quando da extinção do Fundão, conforme o artigo segundo da referida lei, os recursos do Fundo, uma vez extinto, reverterão aos cofres do município.
Assim, o R$ 1.771.371,23, que havia em caixa no Fundão, entraram no cofre da prefeitura, porém como os funcionários públicos municipais voltaram a ser segurados do INSS, ficou em aberto no INSS, o período da existência do Fundão (4 de setembro de 1991 a 22 de abril de 1999), dívida que agora está sendo cobrada e deverá ser paga até 30 de abril de 2013.
Do R$ 1.771.371,23 que havia em caixa no Fundão quando da extinção, restam R$ 42.731,86, sendo que o restante (R$ 1.729.639,37) foram gastos pelas administrações do município entre 1999 e 2009.

A dívida
À época da extinção do Fundão, automaticamente o município de Missal reconheceu a dívida junto ao INSS, sendo que agora chegou a execução (da dívida) estabelecendo prazo para o pagamento da mesma: 30 de abril de 2013.
Conforme estimativa da Secretaria Municipal da Administração a dívida gira em torno de R$ 1.3 milhão. “O valor exato não é possível calcular, pois quando o sistema gera o mesmo, também gera a guia de pagamento”.
O calculo aproximado pode ser feito porque atualmente o valor cobrado refere-se a 74 funcionários públicos aposentados ou que requereram aposentadoria. “O cálculo do INSS é feito sobre o salário que o funcionário recebe atualmente e, a partir daí, chegamos a esse valor”, explica Ferrari.
Vale ressaltar que desde a extinção do Fundão o município paga normalmente ao INSS (Regime Geral da Previdência Social).

Dinheiro gasto
Ferrari lembrou ainda que quando da extinção do Fundão, era vereador, e que se posicionou contrário a reverter os recursos ao município. “Lembro que sugeri que o dinheiro (R$ 1.771.371,23), fosse depositado em uma conta especifica, pois tínhamos consciência de que mais dia, menos dia, o município teria que pagar ao INSS. Outra opção era a de se pagar imediatamente o INSS, e se sobrasse dinheiro, então que fosse para o município. Aliás, muitos municípios agiram assim quando extinguiram o Fundão”.
“Se naquela vez tivesse sido pago o INSS ou então depositado o dinheiro em uma conta especifica, hoje haveria recursos suficientes. Infelizmente o dinheiro foi gasto praticamente todo e a dívida terá que ser paga”, lamenta o prefeito missalense, acrescentando que o dinheiro do Fundão era dos funcionários públicos.

Pagamento
O prefeito Adilto Ferrari, expôs aos vereadores que a administração municipal pretende iniciar o pagamento o quanto antes. “Dentro das possibilidades e conforme os ajustes que faremos, vamos iniciar o pagamento ao INSS nos próximos meses. “Não podemos, não devemos deixar para pagar tudo em 2013, porque o valor é alto. É necessário iniciar o quanto antes, conforme a economia for sendo feita, vamos gerar as guias e efetuar os pagamentos. Na média, são mais de R$ 100 mil por mês”, concluiu Ferrari. 

Assessoria

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