Com início as 09h, o Culto Ecumênico emocionou a todos. O foco principal era reverenciar o passado com gratidão. A celebração foi conduzida pelo Padre João da Igreja Católica, Pastor Maicon Sartori da Igreja Batista Boas Novas, o Pastor Fernando Wohl da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e o Pastor Maike Rodrigues da Igreja Verdade que Liberta. O Coral Voz Ativa também esteve presente entoando os cantos, sob a regência do Maestro Rudinei Lanzarinni.
Logo após a celebração aconteceram várias apresentações culturais. O coral “Herdeiros do Reino”, da Igreja Assembléia de Deus, foi o primeiro a se apresentar. As crianças entoaram a música “Sabor de Mel”. Em respeito ao colono e motorista, Luiz e Pedro Fachim e Darci Scheffer apresentaram duas músicas. A Cia. Municipal de Dança apresentou a tradicional dança germânica.
Para encerrar, os respresentantes dos pioneiros levaram a coroa de flores até o monumento de fundação do município, localizado em frente a Igreja Matriz. A Fanfarra Municipal, comandada por Jefferson Fernando, encerrou as atividades em homenagem aos pioneiros. A apresentação foi muito elogiada pelos presentes.
Além das autoridades municipais, o evento contou com a presença de grande parte dos pioneiros, Rainha e Princesas, bem como do Casal Fritz e Frida da 11° Deutsches Fest, Miss 3° Idade e Vovô Charmoso, representantes de várias denominações religiosas e população em geral.
Celebração
Vários símbolos foram apresentados. O quadro com a foto da primeira celebração religiosa de Missal foi trazido por Iria Paulus, que esteve presente, no dia 25 de julho de 1963. Zélia Damke, filha de Artur Goerk, pioneiro, trouxe um quadro com a mensagem do Papa João XXIII, monumento da fundação do município. As famílias de pioneiros homenageadas (Winter, Marmit e Follmann), trouxeram o livro Missal.
Representando os motoristas, Enio Schneiders e Aloísio Schommer apresentaram fotos que contavam as histórias da estrada. Os colonos e agricultores também foram homenageados, representados por Hélio Fernantes e Eugênio Dick. A pequena Ianka Gabriela Ribeiro levou as flores, homenageando Missal por seus 49 anos.
Pioneiros
Três famílias foram homenageadas: Follmann, Marmit e Winter. Arsênio Follmann, representante da família, fez o uso da palavra em nome de todos os pioneiros. Primeiramente, agradeceu a todos os pioneiros e a todos os prefeitos que trabalharam para o progresso do município. “Antigamente era na base da enxada e da pá. Não tínhamos máquinas que fizessem o serviço por nós. E hoje precisamos celebrar as pessoas que não estão mais entre nós. Há 48 anos, nesse mesmo dia e horário, eu estava carregando a mudança no Rio Grande do Sul, rumo a Missal. Agradeço a Deus por cada dia, cada luta e conquista. Parabéns a todos que trabalharam para o crescimento da nossa cidade”, destacou.
Conheça um pouco mais das famílias:
Família Follmann: O casal Arsênio e Lídia representou a Família Follmann, que veio de mudança do Rio Grande do Sul em 28 de julho de 1964, com dois filhos pequenos. Quando chegaram no município, construíram um moinho.
Arsênio morou, por um longo período, na comunidade de Boa Esperança, trabalhando na lavoura. Lídia, sua esposa, e os filhos o acompanhavam na lida da roça. Em sua propriedade ele cultiva e colhia milho, soja, frutas, verduras e criava porcos, gado e frangos. Atualmente reside na cidade.
Arsênio participa ativamente do Grupo de Idosos, do qual foi presidente por quatro anos. O casal tem sete filhos, um dos quais faleceu ainda bebê. Ainda contam com onze netos e três bisnetos, dos quais um também é falecido. Em outubro do ano passado o casal comemorou as Bodas de Ouro.
Família Winter: Carcildo Winter chegou em Missal em 16 de janiero de 1964, junto com o irmão Canísio e Blasio Spies. Eram solteiros e trabalharam com o Pe. José abrindo estradas, derrubando mato e auxiliando no que fosse necessário. Levava as pessoas que vinham com caravanas para mostrar a localização das propriedades da Gleba dos Bispos.
Em junho daquele ano foi chamado para servir o exército e retornoue m junho de 1965. Enquanto isso, seus pais adquiriram propriedade e foram morar na Linha São José, bem como a família Müller, pais de Lucila, esposa de Carcildo.
Além de ajudar os pais na lavoura, Carcildo trabalhava na serraria de Cláudio Raffler. Jogava futebol, acompanhava a torcida, onde conheceu Lucila. Naquela época, quando se inaugurava um galpão ou uma casa, costumava-se fazer um baile e num destes, no galpão de Otto Farber (in memoria), em junho de 1967, começou a namorar Lucila. Casaram-se em 05 de julho de 1969. O casal tem três filhos, três netos e duas netas e residem na Linha Caçador.
Família Marmit: Dona Olívia representou muito bem a família. Casada com Aloísio Marmit, vieram em junho de 1965. Durante um ano moraram na propriedade do Padre José. Depois, compraram uma colônia na Linha São José. Tudo precisava ser feito: derrubar o mato, formar roça e construir um galpão para morar.
Cinco anos depois, em 1970, Aloísio adoeceu e faleceu, deixando a esposa gravida de uma menina, seis filhas e um filho. Durante oito anos moraram em um galpão, até conseguir construir a casa. Olívia está com 82 anos, possui doze netos e nove bisnetos.
Para homenagear o município, dona Olívia recitou uma poesia que aprendeu há muitos anos, em alemão, que fala de Missal.
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